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486 mil beneficiários do BPC estão irregulares, aponta TCU

beneficiários do BPC

beneficiários do BPC

O pagamento aos beneficiários do BPC, o Benefício de Prestação Continuada, está na mira da fiscalização.

Nos últimos dias, o INSS foi notificado duas vezes por indícios de irregularidades no pagamento do BPC.

Primeiro foi o Tribunal de Contas da União, que notificou o órgão de Previdência Social por estar pagando, de forma irregular, mais de 486 mil beneficiários. De acordo com o órgão de fiscalização e controle, o prejuízo estimado por tais pagamentos indevidos correspondem a cerca de R$ 2,18 bilhões.

Depois, a Controladoria Geral da União identificou que há 214.270 idosos e pessoas com deficiência recebendo o BPC, que possuem renda de valor superior ao limite estabelecido na legislação, que é de um quarto do salário mínimo, o que corresponde atualmente a R$ 275,00.

Além disso, a CGU aponta também em seu relatório indícios de irregularidade em outros 25 mil benefícios.

Beneficiários do BPC irregulares: Principais motivos

O principais motivos encontrados nessas fiscalizações feitas tanto pelo TCU quanto pela CGU, além do limite da renda, são as seguintes:

Além disso, de acordo com a CGU, “foram analisadas, ainda, informações gerenciais relacionadas à operacionalização do BPC, a partir das quais constatou-se existirem dificuldades na operacionalização do benefício, especialmente em relação ao Benefício de Prestação Continuada à Pessoa com Deficiência, foram identificados estoques elevados de BPC pendentes de análise conclusiva, bem como verificou-se que os tempos relacionados à sua operacionalização são significativamente superiores àqueles observados para outros benefícios administrados pelo instituto”.

Outro problema apontado pela CGU é a falta de realização das reavaliações de deficiência e grau de impedimento, que devem, segundo a legislação, ser realizadas a cada dois anos. O INSS alega não conseguir realizar as reavaliações devido ao alto volume de demanda do órgão.

Nesse sentido, o relatório diz o seguinte: “Como possíveis consequências da situação relatada, verifica-se a ausência de previsibilidade sobre o eventual início das reavaliações bianuais da deficiência e do grau de impedimento dos beneficiários do BPC, prejudicando o planejamento dos envolvidos no processo, bem como o risco de manutenção do BPC a pessoas que deixaram de se enquadrar nos critérios de elegibilidade ao benefício”.

Para vocês terem uma ideia, a fila de espera do INSS tem hoje mais de 1,902 milhão de requerimentos em análise. Deste montante, 76,7% aguardam decisões do próprio INSS.

Qual a consequência dessas auditorias? O que acontece com os beneficiários dos BPC irregulares?

Em sua análise, a CGU pediu que o INSS tome providências no sentido de melhorar os seus processos internos para apurar possíveis irregularidades na concessão de seus benefícios.

Em resposta, a Secretaria Nacional de Assistência Social, do Ministério da Cidadania, disse à Controladoria Geral da União que, dos 25 mil beneficiários do BPC considerados irregulares, 7 mil pessoas já tinham sido retiradas da folha de pagamentos e outros 2,6 mil se encontravam devidamente regularizados. Além disso, eles disseram estar elaborando um cronograma para se adequarem às regras solicitadas pela CGU.

Há, atualmente, 4,7 milhões de brasileiros na lista de beneficiários do BPC, o que representa um montante mensal, segundo dados de maio, de R$ 5,2 bilhões. 

Assista o vídeo sobre beneficiários do BPC irregulares:

https://youtu.be/p3n33NCt3zs