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Contas de luz mais caras em 2021: consumidores terão que cobrir déficit gerado pela pandemia

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As contas de luz mais caras em 2021 em decorrência das medidas tomadas em 2020, por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus, terem gerado um déficit na bandeira tarifária.

O sistemas de bandeiras tarifárias foi criado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) em 2015. Ele sinaliza o custo real da energia gerada, possibilitando aos consumidores o consumo mais consciente, uma vez que ela é anunciada sempre no mês anterior ao mês em que será aplicada

A bandeira tarifária funciona da seguinte forma: são três cores, verde, amarela ou vermelha, sendo que a vermelha tem dois patamares, 1 e 2. De forma combinada (cores e patamares) indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração. Sendo a verde a mais barata, a amarela a intermediária e a vermelha a mais cara e em relação aos patamares temos o 1 mais barato e o 2 o mais caro.  Veja a imagem que ilustra o sistema de bandeiras tarifárias da ANEEL.

FONTE: Site ANEEL

Assim quando a bandeira for vermelha patamar 2, como ocorreu em dezembro de 2020 devido à queda no nível de armazenamento nos reservatórios das hidrelétricas e a retomada no consumo de energia, significa que temos contas de luz mais caras de acordo com o sistema de bandeiras tarifárias.

No mês de janeiro de 2021, a bandeira tarifária foi amarela com custo de R$ 1,343 para cada 100 quilowatts-hora consumidos. O GSF e o PLD são as duas variáveis que determinam a cor da bandeira a ser acionada.

O GSF são os custos relacionados ao risco hidrológico, ou seja, a previsão da vazão e níveis de água nos principais reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN). O PLD é o Preço de Liquidação das Diferenças que, de forma resumida, é a diferença entre os volumes de energia contratados e os volumes de energia consumidos ou gerados.

Em fevereiro de 2021, a bandeira tarifária permanece amarela. Segundo a ANEEL o mês de fevereiro é um mês típico do período úmido nas bacias do SIN, mas apesar disso os reservatórios vêm apresentando recuperação lenta devido aos volumes de chuva abaixo da média histórica para essa época do ano.

Essa combinação, reservatórios baixos com perspectivas de chuvas abaixo da média, pressiona os custos da produção de energia relacionados ao GSF.

 

Contas de luz mais caras em 2021, motivos

Em virtude da pandemia, em maio de 2020, a ANEEL decidiu manter a bandeira verde até 31 de dezembro de 2020. O que não ocorreu efetivamente, como citamos acima, uma vez que no mês de dezembro acabou sendo acionada a bandeira vermelha patamar 2. Ainda assim, foram 6 meses com bandeira tarifária verde, ou seja, independentemente do GSF e do PLD a tarifa não foi reajustada, permanecendo no patamar mais baixo para o consumidor.

Em função da decisão de suspender a bandeira tarifária por seis meses em 2020, ocorreu o déficit de R$ 3,1 bilhões, que agora, segundo a ANEEL, será cobrado na conta de luz. A agência informou que teve um custo de R$ 4,45 bilhões e foram arrecadados somente R$ 1,33 bilhões totalizando a diferença informada de cerca de R$ 3,1 bilhões. O diretor-geral da ANEEL, André Pepitone, disse que essa diferença terá que ser cobrada neste ano de 2021.

O diretor-geral afirmou ainda que a agência não pretende fazer revisões nos valores cobrados atualmente pela bandeira tarifária, uma vez que considera o mecanismo equilibrado arrecadando o suficiente para cobrir os custos.

As contas de luz mais caras em 2021, em função do déficit da bandeira tarifária devido às medidas relacionada à pandemia, podem ficar ainda mais caras pois existem outros fatores que influenciam nas tarifas da conta de luz. Segundo o diretor-geral, se nada for feito as contas de luz podem ficar ainda mais caras devido a outros fatores que também influenciam nesse cálculo como, por exemplo, a alta do dólar, a alta do IPGM, a baixa quantidade de chuvas e a restrição de geração de energia imposta pelo Ibama para a hidrelétrica de Belo Monte.

Apesar da conta de luz mais cara em 2021, alguns programas do governo dão desconto para o consumidor de baixa renda, veja como funciona e se você se enquadra.