Esta semana, o Instituto Butantan e o Governo do Estado de São Paulo divulgaram que a eficácia Coronavac é de 50,38%.
Vale destacar que, segundo a Organização Mundial da Saúde, a eficácia mínima de uma vacina deve ser de 50%, ou seja, a eficácia da Coronavac passou no teste.
Mas, essa informação não é suficiente. A divulgação deste resultado acabou gerando muitas dúvidas na população. As pessoas se perguntam se a vacina é mesmo eficaz, o que significa esse número, se esse resultado é satisfatório para uma vacina.
Então, para responder todas as suas dúvidas sobre a eficácia da Coronavac, fizemos esse artigo. Continue lendo e saiba tudo sobre o assunto.
Eficácia Coronavac: O que isso significa?
A primeira coisa é entender o que significa a eficácia de uma vacina, ou seja, o que representa este número.
Em termos simples, dizer se uma vacina é ou não eficaz significa avaliar se ela funciona ou não. E funcionar, para uma vacina, corresponde a avaliar se ela reduz a quantidade de casos de pessoas infectadas, em um grupo de teste, quando comparado a outro grupo de teste que, nas mesmas condições, não recebeu a vacina.
Quando falamos que uma vacina é 75% eficaz, significa dizer que a vacina foi capaz de reduzir em 75% a quantidade de casos que existiriam se a população não tivesse sido vacinada.
Eficácia Coronavac: Como foram os testes?
Nos testes de eficácia Coronavac, os participantes do estudo foram divididos em dois grupos: um grupo recebeu a vacina e o outro recebeu placebo. O placebo é uma substância sem nenhum efeito ou uma outra vacina, como a vacina de meningite, por exemplo.
Os resultados foram os seguintes:
- no grupo que não recebeu a vacina (o grupo do placebo), 3,6% das pessoas contraíram a Covid-19. Destas, 81,5% tiveram a versão muito leve da doença, sem necessidade de atendimento médico e 18,5% desenvolveram a versão leve, moderada ou grave da Covid-19.
- no grupo que recebeu a vacina, 1,8% das pessoas contraíram a Covid-19. É desta análise que vem a eficácia Coronavac de 50,38%. Porém, das pessoas que contraíram a doença, 92% tiveram a versão muito leve da doença, sem necessidade de atendimento médico e 8 desenvolveram a versão leve da doença, com necessidade de atendimento médico, mas sem internação.
Uma observação importante é que nenhum paciente que recebeu a vacina desenvolveu versões moderadas ou graves da Covid-19.
50% de Eficácia Coronavírus NÃO é o mesmo que 50% de chances de pegar Covid
Quando falamos em 50% de eficácia Coronavírus é importante não confundir essa informação com 50% de chances de contrair a doença. São informações diferentes.
A chance de contrair uma doença é algo que varia de lugar para lugar, dependendo da exposição das pessoas ao vírus. Há cidades onde essas chances são maiores e cidades onde a probabilidade é menor.
A eficácia Corovanírus de 50% é calculada sobre essa possibilidade, inerente a cada lugar. Deste modo, por exemplo, as chances de uma pessoa vacinada pegar Covid na Nova Zelândia é menor que as chances de uma pessoa vacinada no Brasil.
Quem tomar a vacina pode ainda ficar doente?
Sim, mas segundo os resultados do estudo, a chance de ficar doente é menor do que se não tivesse tomado a vacina. Além disso, caso contraia a enfermidade, ela deverá se apresentar de forma mais leve do que seria caso a pessoa não fosse vacinada.
Em números sobre a eficácia Coronavac podemos dizer que, com a vacinação:
- o risco de contrair a doença é 50% menor. Isso significa eficácia global, ou seja, contra qualquer tipo de caso de Covid-19.
- o risco de precisar de algum tipo de atendimento médico é 78% inferior ao de uma pessoa não vacinada. Esses 78% referem-se a casos considerados leves, que necessitam de algum tipo de atendimento médico, mas sem necessidade de internação
- o risco de contrair a doença em seu estado moderado ou grave, até agora segundo os resultados existentes, é de 0% entre as pessoas vacinadas.
Para ver mais sobre esse tema, confira o artigo sobre a Covid poder ou não ser considerada acidente de trabalho.