O setor de serviços é o mais afetado pelas medidas de restrição de circulação impostas pela pandemia causada pelo novo coronavírus.
De acordo com pesquisa mensal do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divulgada nesta quinta-feira (11), o recuo do setor no acumulado em 2020 foi de 7,8%.
A queda é a mais intensa da série histórica da pesquisa, que se iniciou em 2012. No ano de 2016 havia sido registrada, até então, a maior queda do setor de serviços que foi de 5%.
O mês de dezembro em relação ao mês anterior também apresentou queda de 0,2%. Já em relação a dezembro de 2019 a queda foi de 3,3%.
O setor de serviços é também chamado de setor terciário e corresponde às atividades de comércio de bens e à prestação de serviços. Ele envolve, por exemplo, empresas de turismo, serviços bancários, restaurantes, hospitais, serviços de consultoria, corretagem de imóveis e serviços públicos, dentre outros. Diz-se que ele complementa o setor primário (extração de matérias-primas) e o setor secundário (Indústria).
O setor de serviços e o PIB
O PIB, Produto Interno Bruto, é a soma de todos os bens e serviços produzidos em uma economia durante um determinado período de tempo. Ele é divulgado trimestralmente e no final do ano e os resultados são comparados com o trimestre e o ano anterior, respectivamente, para assim avaliar crescimento econômico do país.
Portanto, ele é um dos indicadores da economia, ou seja, por meio do PIB é possível avaliar se a economia está crescendo. É um termômetro da economia, quanto maior o PIB de um país, maior sua atividade econômica.
Em 2020, o PIB caiu 9,7% no segundo trimestre, em relação ao primeiro trimestre. Foi a segunda queda consecutiva colocando o país em um recessão técnica. Reflexo dos impactos da pandemia do novo coronavírus.
O PIB também é utilizado para comparar as economias de diversos países. Apesar da sua importância ele não indica fatores como educação, saúde e distribuição de renda.
Quando o IBGE detecta queda em um dos setores da economia, seja no primário, secundário ou terciário, isso sinaliza uma queda no PIB, o que significa que a economia do país não está se saindo bem ou, pelo menos, não como o esperado.
Setor de serviços, queda por segmento
A pesquisa divulgada pelo IBGE considerou cinco tipos de segmentos do setor de serviços. Os resultados dos serviços prestados às famílias foram os que tiveram o maior impacto na queda total dos serviços em 2020, a queda desse setor foi de 35,6%. Nesse segmento temos os restaurantes, hotéis e atividades de condicionamento físico que tiveram o pior desempenho do setor.
Os segmentos de serviços profissionais, administrativos e complementares tiveram queda de 11,4%. No segmento que envolve o setor de transportes, serviços auxiliares aos transporte e correios a queda foi de 7,7%, já o setor de informação e comunicação teve queda de 1,6%.
A queda aqui considerada é no acumulado do ano. Ou seja, embora tenha havido crescimento em alguns meses do ano de 2020 em muitos dos setores de serviços, na comparação com o ano anterior e considerando-se o acumulado houve queda, isso significa que não houve crescimento desse setor da serviços.
Na comparação com novembro de 2019, o volume do setor de serviços recuou 4,8%, a nona taxa negativa seguida no indicador. Porém, deve-se levar em consideração o contexto da pandemia
“Quando mudamos a base de comparação, a leitura é diferente, já que em 2019 não havia contexto de pandemia e recomendações como o isolamento social e o teletrabalho. Por isso, parte de uma base de comparação mais elevada”, diz Rodrigo Lobo (gerente da pesquisa mensal de serviços), lembrando que a taxa de novembro é a segunda menos intensa da série de nove negativas, perdendo apenas para março (-2,8%), quando as restrições de locomoção começaram a ser implementadas.
Segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. A estimativa atual do mercado é de alta de 3,47% para o PIB em 2021, abaixo da média mundial.
Em 2021 o IBGE vai realizar o Censo Demográfico e abrirá vagas em concurso. Clique aqui e saiba mais.