Desde o início de seu mandado, Lula acredita que dentre os beneficiários do Auxílio Brasil, que é o atual programa de distribuição de renda do governo federal, existe um grande número de famílias recebendo indevidamente.
Por esse motivo, nos últimos meses o governo vem realizando uma averiguação cadastral nos dados do CadÚnico, com o objetivo de identificar essas famílias que estão recebendo o benefício de forma irregular, para que elas sejam retiradas do programa.
Na última sexta-feira, dia 24, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, concedeu uma entrevista ao Globo News onde falou sobre essas irregularidades no programa e também sobre os bloqueios que vão acontecer nos próximos meses.
Pente fino do Auxílio Brasil
O pente-fino que está sendo feito nos cadastros dos beneficiários do Auxílio Brasil, tem como principal objetivo retirar do programa aquelas famílias que não cumprem com os requisitos exigidos, mas que recebem o benefício mensalmente de maneira irregular.
O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, já se pronunciou inúmeras vezes a respeito dessa fraude no programa de distribuição de renda do governo federal e em todos os seus pronunciamentos, é citado o trabalho que sua equipe está realizando para trazer mais assertividade ao novo programa do Bolsa Família.
De acordo com o que foi dito pelo ministro Wellington Dias na entrevista ao Globo News, em março cerca de 1,5 milhão de beneficiários que não cumprem com os requisitos necessários, mas que recebem de forma irregular, serão excluídos do programa do Auxílio Brasil.
Segundo Dias, esse número de bloqueios tende a aumentar gradativamente nos próximos meses, pois a expectativa do governo é que até o fim da averiguação, aproximadamente 2,5 milhões de benefícios sejam bloqueados e parem de receber o Auxílio Brasil.
O ministro deixou bem claro que o objetivo do governo é retirar do programa aquelas famílias que estão recebendo o benefício de forma irregular, para que assim, possa ser concedido o espaço necessário para a inclusão de novas famílias que realmente precisam e que se enquadram nos requisitos, mas que ainda estão aguardando nas filas.
Saída voluntária do programa
Recentemente o governo implementou uma nova ferramenta nos aplicativos do Auxílio Brasil e do Cadastro único e nela foi disponibilizada a possibilidade da saída voluntária do programa.
O governo decidiu implementar essa nova ferramenta nos aplicativos para que as famílias que recebem o benefício do Auxílio Brasil indevidamente e têm a ciência disso, possam se retirar voluntariamente, sem sofrer nenhuma consequência.
O ministro declarou que cerca de 2.265 famílias já aderiram a essa nova ferramenta e decidiram se retirar do programa voluntariamente.
Com isso, o novo Bolsa Família poderá ser concedido as pessoas que se encaixam nas regras do programa, mas que ainda não recebem o benefício devido a alta demanda de famílias em situação de vulnerabilidade social.
Programa Busca Ativa
Wellington Dias também falou durante a entrevista sobre o Programa Busca Ativa, que tem como principal objetivo encontrar essas pessoas que estão em situação de pobreza e de extrema pobreza e que ainda não recebem o benefício social.
Segundo o ministro, outras 700 mil famílias, que se encaixam nas regras do programa e não estavam recebendo, serão incluídas no novo Bolsa Família, através do Busca Ativa, que contará com o apoio dos estados e municípios, para que seja realizado em todo o país.
Aumento no Auxílio Brasil para famílias maiores
Além dessas informações que foram concedidas pelo ministro durante a entrevista, outro tema que foi abordado, foi o aumento no valor do benefício do Auxílio Brasil, para famílias que possuam mais integrantes em sua composição familiar.
Wellington Dias confirmou que o governo está estudando a possibilidade de conceder valores maiores levando em consideração a composição familiar.
Ou seja, é possível que o governo aumente o valor dos repasses para que as famílias mais numerosas recebam um adicional além dos R$150 por criança de até 6 anos de idade.
Durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, ficou estabelecido um valor fixo de R$600, independendo da quantidade de integrantes que compunham a família.
O atual governo deseja modificar esse formato de programa e conceder um valor adicional para crianças e adolescentes de 7 a 18 anos, visando auxiliar na fase de crescimento desses jovens.
Em breve o novo programa será lançado e de acordo com o que foi dito pelo ministro, essa decisão do valor adicional está nas mãos do presidente.