O uso do auxílio emergencial para alimentação foi uma realidade para 96% dos brasileiros que tiveram direito ao benefício. Esse indicador mostra o quanto essa parcela da população foi prejudicada com o fim das parcelas.
Esse cenário foi reflexo de diversos fenômenos, tais como o desemprego, a redução na renda e o fim de diversos negócios. Com isso, a micro e a macroeconomia foram prejudicadas e, consequentemente, o bolso de milhões de brasileiros.
Os dados que relatam que quase todos os beneficiários utilizaram o auxílio emergencial para alimentação também endossam um cenário há muito não visto: o aumento significativo no número de pessoas que passaram a ser consideradas de baixa ou baixíssima renda.
Auxílio Emergencial Para Alimentação e Os Reflexos do Fim do Benefício
Em 2020, em conjunto com o Auxílio Emergencial, também foi o aprovado o Auxílio Emergencial para alimentação. Esse benefício fora pago aos beneficiários que precisaram complementar a renda para garantir a subsistência da família com alimentação.
Diversos municípios e estados aderir ao Auxílio Emergencial para alimentação, com editais independentes e utilizando recursos próprios (dos governos estaduais e municipais), e não da União.
De acordo com o auxílio concedido em Brasília ao corpo estudantil da UnB, por exemplo, o edital versou que:
“Auxílio Alimentação Emergencial tem caráter temporário e visa suprir a necessidade alimentar de estudantes de graduação e de pós-graduação em situação de extrema vulnerabilidade socioeconômica ou em situação de risco alimentar.”
Ocorre que com a chegada de 2021, declarou-se o fim do estado de calamidade e, com isso, os estados e municípios encerraram a concessão do Auxílio Emergencial para alimentação. Mas como o cenário levou uma boa parte da população a enfrentar necessidades básicas, por meio de assistência social e demais órgãos, algumas esferas se organizaram para entregar cestas básicas à população.
Francisco Sá, por exemplo, município de Minas Gerais, já possui a entrega das cestas básicas devidamente esquematizada.
De acordo com as informações divulgadas pela própria prefeitura municipal, a cidade irá investir cerca de R$ 380 mil, valor este que, por sua vez, está sendo repassado pelo Tesouro Federal (Ministério da Economia), para custear a entrega dos alimentos.
Espera-se que 250 mil famílias sejam contempladas nos próximos 10 meses.
Reflexo da Pandemia e Vacinação nas Comunidades
De acordo com Preto Zezé, empresário, produtor artístico e escritor, além de presidente nacional da CUFa (Central Única das Favelas), o país não parou durante a pandemia devido aos cidadãos que vivem na periferia, já que esses, em sua maioria, eram aqueles que não podiam se dar ao luxo de aderir ao teletrabalho.
Ainda de acordo com Preto Zezé, a comunidade é o “segmento” que está atuando nos serviços essenciais, sobretudo nas grandes metrópoles. Em uma entrevista concedida ao Poder 360:
“O homem do supermercado, posto de gasolina, a menina do caixa do supermercado, da farmácia. A pessoa que limpa o lixo, a massa hospitalar, a maioria dessas pessoas vem das comunidades. Essa parte da população sequer teve direito ao isolamento. Eles tiveram que segurar a onda e manter o pais andando”.
Vale ressaltar, ainda, que o diretor da CUFa alegou ter sido convidado por Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza, a participar do movimento “Unidos pela Vacina”, lançado pela loja de varejo.
Ao aderir ao movimento, a CUFa deverá se o ministro da saúde Eduardo Pazuello e debater a vacinação nas comunidades. Preto reitera que:
“Estamos agora em um grande movimento a convite da empresária Luiza Trajano, no Unidos pela Vacina, e estaremos com o ministro Pazuello discutindo como serão as estratégias nesses territórios, quais as prioridades, o calendário, como controlar a logística nesses territórios que muitas vezes não tem uma UPA, não tem posto de saúde”.
Vale lembrar que além do auxílio emergencial para alimentação, Arthur Lira, novo presidente da câmara dos deputados, defende também a criação de um novo auxílio emergencial de 300 reais!