O programa Bolsa Família tem sofrido uma minuciosa revisão em seus cadastros de beneficiários desde março. A razão disso é que o governo descobriu várias irregularidades e, com esta revisão, procura trazer mais precisão para o programa de distribuição de renda, garantindo que somente aqueles que realmente precisam recebam o benefício. Porém, milhares de famílias tiveram seu benefício injustamente bloqueado, cancelado ou suspenso, e aguardam a resposta do governo sobre o desbloqueio.
Revisão cadastral Bolsa Família
Desde março, o Ministério do Desenvolvimento Social tem conduzido uma revisão dos dados no Cadastro Único com a intenção de identificar as famílias que estão recebendo o Bolsa Família de forma indevida, ou seja, que não atendem a todos os critérios do programa.
Contudo, como muitos já sabem, inúmeras famílias tiveram o benefício injustamente cortado, mesmo atendendo a todos os critérios necessários. Para recuperar o pagamento do Bolsa Família, é preciso que o chefe de família vá até o setor do Cadastro Único ou ao CRAS mais próximo para atualizar os dados.
Se a atualização já foi realizada nos meses anteriores e os pagamentos ainda não foram liberados, é possível que a família não esteja em conformidade com os critérios exigidos ou que a atualização tenha sido realizada de forma incorreta. Nesse caso, é importante solicitar uma prova de atualização da instituição onde o processo foi feito, para assegurar que o cadastro foi atualizado corretamente.
Diferença entre bloqueio e cancelamento
É importante lembrar que existe uma diferença entre bloqueio e cancelamento. Quando o Bolsa Família é bloqueado, o beneficiário pode ir até o centro de atendimento do Cadastro Único ou ao CRAS para obter esclarecimentos sobre a razão do bloqueio. Se o motivo for o descumprimento de algum dos requisitos ou a falta de atualização no cadastro, o beneficiário pode atualizar os dados e tentar recuperar o pagamento.
O cancelamento, no entanto, é diferente. Se o beneficiário descumprir a condicionalidade da renda, por exemplo, ultrapassando o limite permitido, o benefício é cancelado definitivamente. Para voltar a receber, é necessário um recadastramento completo e esperar na fila. Por isso, é crucial que o beneficiário esteja sempre em conformidade com as regras e com o cadastro atualizado, caso contrário, o benefício pode ser cancelado definitivamente.
Desbloqueio Bolsa Família
Os beneficiários que foram bloqueados nos últimos meses, que atualizaram o cadastro há mais de 30 dias, que se encaixam em todos os critérios exigidos pelo programa e conseguiram comprovar isso na atualização dos dados, poderão voltar a receber em junho. Isso se deve ao fato de que, segundo o MDS, os cadastros atualizados entre 15 de abril e 19 de maio serão desbloqueados automaticamente no dia 23 de junho, sexta-feira, e o benefício será pago no dia 27, terça-feira. Já as famílias sem outras pendências terão as parcelas de abril, maio e junho desbloqueadas a partir do dia 27, e o benefício será pago a partir de 3 de julho.
É crucial mencionar, conforme informado pelo Ministério do Desenvolvimento Social, que as famílias que foram bloqueadas em abril, mas que não compareceram no prazo de até 3 meses para realizar a atualização cadastral, terão o benefício cancelado definitivamente em julho.
Saque do retroativo
Vale destacar que o valor acumulado dos meses em que o Bolsa Família esteve bloqueado será depositado e o saque deve ser feito em uma agência da Caixa ou em uma lotérica correspondente. Portanto, não se deve esperar que o benefício seja disponibilizado no Caixa Tem, como ocorre habitualmente. É necessário ir a uma agência nas datas mencionadas anteriormente, levar os documentos e solicitar o saque do benefício.