A Caixa Econômica Federal está se preparando para lançar, em janeiro de 2025, uma nova modalidade de crédito chamada e-consignado, que deverá substituir o saque-aniversário do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A mudança está sendo amplamente debatida entre setores econômicos como bancos, construção civil e governo, cada um apresentando perspectivas diferentes sobre os impactos dessa decisão.
O que é o saque-aniversário?
Criado para oferecer maior flexibilidade aos trabalhadores, o saque-aniversário permite a retirada anual de uma parte do saldo do FGTS no mês de aniversário. Contudo, uma das maiores críticas ao programa é que, durante o período de adesão, o trabalhador perde o direito de sacar o saldo integral em casos de demissão sem justa causa.
Além disso, entidades como a Câmara Brasileira da Indústria da Construção e o Sindicato da Habitação de São Paulo argumentam que o saque-aniversário compromete a principal missão social do FGTS: o financiamento de moradias populares, saneamento básico e infraestrutura. De acordo com estudos, essa modalidade já resultou na redução de R$ 121 bilhões do fundo, inviabilizando a construção de 580 mil moradias e afetando diretamente 1,5 milhão de empregos no setor.
O que muda com o e-consignado?
O e-consignado funcionará como um empréstimo com desconto direto na folha de pagamento. Essa modalidade oferece taxas de juros mais baixas e reduz os riscos para bancos e trabalhadores. Diferente do saque-aniversário, ela não bloqueia o saldo do FGTS, permitindo que os trabalhadores tenham acesso ao fundo em situações emergenciais, como demissão.
Projeções iniciais indicam que o e-consignado pode movimentar até R$ 300 bilhões em operações de crédito, mais que o dobro do valor movimentado pelo saque-aniversário desde sua criação.
O impacto para os trabalhadores
Embora o e-consignado prometa condições mais vantajosas, muitos trabalhadores estão preocupados com o fim da possibilidade de saque antecipado do FGTS. Instituições como a Hipercred continuam oferecendo a antecipação do saque-aniversário enquanto a modalidade está ativa, permitindo acesso rápido ao dinheiro com condições competitivas.
A transição para o e-consignado ainda depende de debates no Congresso Nacional, mas já é vista pelo governo como uma solução mais sustentável para o FGTS e mais benéfica para os trabalhadores.
Enquanto a mudança não se concretiza, especialistas recomendam que os beneficiários aproveitem as condições atuais, avaliem suas opções e fiquem atentos às novas regras.