Guedes fala sobre o BIP e sobre a Prorrogação do Auxílio Emergencial

BIP

Você já conhece o BIP, o mais novo programa do governo federal voltado para os trabalhadores informais?

O Ministro Paulo Guedes deu uma entrevista exclusiva para o Jornal O Globo e comentou sobre os planos do governo em relação a dois temas muito sensíveis e de grande interesse da população:

  • uma possível prorrogação do auxílio emergencial para além dos 4 meses que já foram aprovados
  • e sobre um bônus a ser pago a jovens na tentativa de reduzir o desemprego no país, o BIP.

Guedes, ao avaliar a atuação à frente do Ministério da Economia, confessou que não imaginava que seria tão difícil, mas também reforçou o seu compromisso em entregar o país melhor do que estava quando ele assumiu o desafio à convite do Presidente Bolsonaro. 

Nesse sentido, ele disse o seguinte: “Eu peguei uma democracia e entregarei uma democracia. Peguei uma inflação alta e entregarei uma inflação mais baixa. Peguei o país crescendo 1% e o entregarei crescendo 3%. Peguei o país com 12 milhões de desempregados e o entregarei com dez. Temos que ter compromisso de melhorar o país”.

BIP: Bônus de Inclusão Produtiva

Dentro dessa proposta de reduzir a desigualdade, o Ministro Paulo Guedes adiantou que está em criação no Ministério da Economia a criação de um bônus a ser pago para os jovens. Esse projeto está sendo chamado pelo Ministro da Economia de BIP, ou Bônus de Inclusão Produtiva.

A ideia é pagar um benefício que deve ser algo em torno de R$ 200,00 ou R$ 300,00 para os chamados “jovens nem nem”, que são aqueles jovens que estão em uma situação de limbo, ou seja: nem estudam, nem trabalham. Esse benefício financeiro seria dado junto de uma qualificação profissional, sob a forma de um treinamento para o mercado de trabalho em uma empresa, como explicou o Ministro.

“Estamos chamando de Bônus de Inclusão Produtiva (BIP). Da mesma forma que se dá R$ 200 para uma pessoa que está inabilitada receber o Bolsa Família, por que não poderia dar R$ 200 ou R$ 300 para um jovem nem-nem? Ele nem é estudante nem tem emprego. Ou seja, é um dos invisíveis.

Agora, esse jovem vai ter que bater ponto e vai ser treinado para o mercado de trabalho. Ele vai ser servente de pedreiro, mecânico… É uma oportunidade. Ele é a vítima da nossa legislação trabalhista. Quando você bota lá o salário mínimo, um rapaz filho de uma classe média, que estudou em uma boa universidade, fala duas línguas, ele consegue emprego com salário mínimo.

Ele não consegue emprego com salário mínimo. Ele é a vítima da nossa legislação trabalhista. Vamos dar o dinheiro para você ser incluído produtivamente. Não é só a inclusão social como dependente do Estado. Queremos valorizar a dignidade do trabalho. Eles não eram reconhecidos em nada. Vamos começar com o BIP e depois evoluir para a Carteira Verde-Amarela”.

A carteira verde-amarela, citada pelo Ministro, é um projeto antigo de Paulo Guedes. Desde que ele assumiu a liderança do Ministério ele fala dessa proposta de contratação trabalhista simplificada, mas até agora ele não conseguiu implementar a proposta. 

BIP: Contrapartida das Empresas

E as empresas, como entrariam nesse programa de Bônus de Inclusão Produtiva (BIP)? Segundo o Ministro Paulo Guedes explicou, não teria nenhuma contrapartida para as empresas. Ele disse o seguinte:

“Zero. Ajuda o Brasil, treina o menino. Estamos estudando. Isso deve vir rápido para esse segmento dos invisíveis. Temos que erradicar a miséria. A grande lição do ano passado foi que, com o dinheiro que vai direto para quem precisa, tivemos a maior redução de pobreza em 40 anos. Essa lição não pode ser esquecida. Vamos ter que reforçar o Bolsa Família e criar os programas de inclusão produtiva”.

Lembrando que, ao participar de uma coletiva para anunciar as estatísticas mensais do emprego formal, o Ministro Paulo Guedes já tinha antecipado sobre a criação do BIP, mas sem explicar que o foco do programa seriam os jovens que nem trabalham e nem estudam.

Na mesma entrevista, o Ministro Paulo Guedes foi questionado sobre a possibilidade de existir uma prorrogação do auxílio emergencial, para além dos 4 meses em que o benefício já foi aprovado.

Sobre o assunto, ele respondeu o seguinte: “Isso pode acontecer. Tem recursos já separados para isso. O que a gente sabe é que quando ele acabar, ele tem que aterrissar no Bolsa Família mais robusto e permanente. Tem que ser bem financiado.”

Na entrevista o Ministro não explicou quanto estava reservado, ou seja, quantas parcelas a mais o governo teria garantido, nem de onde sairia o recurso para ampliar o pagamento do auxílio emergencial por mais alguns meses.

Lembrando que, no orçamento aprovado para este ano, não há dinheiro previsto para auxílio emergencial além das 4 parcelas já aprovadas. Isso significa que, em caso de uma nova ampliação, ou o governo teria de fazer um remanejamento, retirando recursos de outro lugar para financiar o auxílio, ou então teria que ultrapassar o teto de gastos. 

Assista o nosso vídeo sobre BIP