Consequências da crise: Intenção de consumo caiu 0,6% em fevereiro

intençao de consumo

A intenção de consumo por parte dos cidadãos brasileiros foi reduzida em 0,6% em fevereiro, e essa foi apenas uma das consequências da crise instaurada desde 2020 em virtude da pandemia.

Se comparado a fevereiro de 2020, o recuo foi superior a 25% e depõe os efeitos da pandemia, das variantes do vírus e dos sistemas de lockdown necessariamente adotados para contenção da disseminação da doença.

O cenário parecia estar se revertendo com a chegada da vacina e início do Plano Nacional de Imunização. Acontece que depois de alguns surtos, diversos municípios vêm adotando novos lockdowns, o que impacta ainda mais a intenção de consumo.

Entenda os dados mais recentemente divulgados e as projeções da intenção de consumo das famílias brasileiras:

 

Fevereiro Registra Queda na Intenção de Consumo

Fevereiro é um mês que finda as férias e, normalmente, tende a ser um bom mês no comércio, pois é época de liquidação de itens de coleções antigas em lojas que se preparam para receber novas coleções.

Acontece que a incerteza monetária é uma das consequências da crise e, se até há algum tempo, o cenário era de otimismo, os números divulgados não são tão satisfatórios.

Isso porque a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), que é medida e divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), diminuiu em 0,6% em fevereiro deste ano, em relação ao mês anterior (janeiro).

Ao comparar com fevereiro de 2020, quando a pandemia ainda não estava instaurada, a queda na intenção de consumo chegou a 25,3%.

Desde 2010 este é o pior mês de fevereiro reportado, como menciona José Roberto Tadros, presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Ainda conforme Tadros, o principal motivo desse recuo é a insegurança dos brasileiros diante das incertezas da economia, além do desemprego e da diminuição de renda de milhões de pessoas.

Vale ressaltar, ainda, que de janeiro a fevereiro, sete componentes da ICF tiveram queda. Ressaltamos o momento para a compra de bens duráveis (-4,7%).

Em contrapartida, pois pontos reportaram alta: perspectiva de consumo (1,2%) e nível de consumo atual (3,4%).

Ainda assim, comparando esses itens a fevereiro de 2020, não foi apenas a intenção de consumo que teve recuo, mas todos os sete componentes da ICF tiveram queda. As maiores retrações foram observadas no momento para a compra de duráveis (-39,6%), perspectiva de consumo (-31,7%) e renda atual (-30,6%).

 

Interrupção da Alta

A queda na intenção de consumo das famílias brasileiras interrompe cinco meses que estavam operando em alta. Os novos casos e as variantes do vírus são possíveis motivos que justificam esse cenário.

Catarina Carneiro da Silva, a economista responsável pela pesquisa divulgada neste post, comentou que o principal fator de influência para o resultado negativo do mês foi o mercado de trabalho. De acordo com Catarina:

“Tanto as incertezas sobre a manutenção do emprego atual quanto as perspectivas de mudança de emprego e melhora da renda podem ter impactado essa percepção [de consumo] das famílias.”

O cenário estava melhorando e a intenção de consumo operava em alta, até que o país sofreu novas sanções. Após as comemorações de fim de ano e aglomerações clandestinas, o país passou a reportar novos casos, o que voltou a prejudicar o sistema de saúde, cerceando a quantidade de leitos e infraestrutura disponível para atendimento dos pacientes.

Consequentemente o mercado volta a ser afetado e, com isso, mais pessoas com menos renda, novos índices de desemprego e mais incertezas permeiam o país.

A esperança volta a se concentrar na eficiência do Plano Nacional de Imunização. Somente com a ampliação e agilidade na vacinação será possível retomar não apenas a intenção de compra, mas um mercado financeiramente mais saudável, com garantia de renda e estabilidade monetária.

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