O presidente Bolsonaro esteve ontem (11.02) em Alcântara no Maranhão para realizar a entrega de títulos de propriedade rural, que estavam pendentes desde a década de 80, e falou na possibilidade do governo pagar mais 3 a 4 meses de auxílio emergencial.
Em seu discurso, após destacar que o governo pagou R$ 13 bilhões em auxílio emergencial para a população maranhense, o presidente confirmou que a sua equipe estava estudando a extensão do auxílio emergencial por mais alguns meses:
“No momento, a nossa equipe, juntamente com parlamentares, estudamos a extensão, por mais alguns meses, do auxílio emergencial. Que, repito, o nome é emergencial. Não pode ser eterno porque isso representa um endividamento muito grande do nosso país. E ninguém quer um país quebrado. E nós sabemos que o povo brasileiro quer, na verdade, é trabalho. E, juntamente com essa bancada que está aqui presente, juntamente com gente da equipe econômica, cada vez mais nós facilitamos a vida de quem quer trabalhar, bem como quem quer empregar”, adiantou o presidente sobre o pagamento do auxílio emergencial.
Na ocasião, ele ainda aproveitou a oportunidade para falar sobre os recursos que o governo federal repassou para o estado do Maranhão, para ajudar o estado a lidar com a pandemia:
“No ano passado, o governo federal dispensou R$ 18 bilhões para o Estado do Maranhão. Desses R$ 18 bilhões, R$ 1,3 bilhão foi para Saúde. E R$ 190 milhões foram exclusivamente para leitos de UTI. Não justifica qualquer reclamação de não haver leitos de UTI para atender os irmãos maranhenses acaso acometidos da covid-19”, destacou o Presidente.
O comentário foi uma resposta ao governo do estado do Maranhão que entrou com uma ação no STF, através da Procuradoria Geral do Maranhão, no dia 9 de fevereiro, para solicitar a reabilitação de leitos de UTI do SUS que foram fechados no estado este ano. Em dezembro de 2020, haviam 12.003 leitos de UTI habilitados, mas essa quantidade foi reduzida em fevereiro para 3.187 leitos.
3 a 4 meses de auxílio emergencial
Depois da cerimônia, o presidente voltou a falar em auxílio emergencial, quando conversava com jornalistas. Em entrevista Bolsonaro adiantou quando começará o pagamento, assim como a quantidade de parcelas que serão pagas nessa nova etapa do benefício.
“Está quase certo, ainda não sabemos o valor […]. 3 a 4 meses, está sendo acertado com o Executivo e o Parlamento também porque temos que ter responsabilidade fiscal”, o presidente Bolsonaro confirmou a previsão de que serão pagas de 3 a 4 meses de auxílio emergencial.
Mesmo sem falar em valor, já saiu em toda a imprensa que a proposta do Ministério da Economia é pagar parcelas de R$ 200,00. Mas, existe um movimento dentro do congresso para aumentar esse valor.
E essas declarações dadas pelo Presidente em relação ao auxílio tiveram repercussões imediatas no mercado financeiro, que reagiu de forma negativa às declarações do presidente. O dólar subiu e a Ibovespa, que estava em um movimento de subida, perdeu força e acabou desacelerando.
Os economistas explicaram que o motivo dessa reação do mercado foi o presidente ter falado em 3 a 4 meses de auxílio. Até então, o que a imprensa tinha noticiado sobre o novo auxílio era de que seriam pagas três parcelas.
A possibilidade de pagamento de mais uma parcela, ou seja, esta quarta parcela mencionada pelo presidente, acabou pegando o mercado de surpresa.
Como ainda não se sabe qual a contrapartida que envolverá o pagamento do benefício nesses 3 a 4 meses de auxílio, bem como ele será financiado, e até mesmo se o teto de gastos será respeitado, qualquer notícia que indique uma mudança de planos acaba aumentando o clima de insegurança fiscal.
Porém, a possibilidade de criação de um novo imposto para custear o auxílio emergencial já foi descartada.