Revisão da Vida Toda volta para julgamento na próxima quarta-feira (28); entenda

Aposentados e pensionistas do INSS aguardam ansiosamente pela decisão referente a Revisão da Vida Toda.
Revisão da Vida Toda INSS

O Supremo Tribunal Federal está prestes a retomar o julgamento do recurso do INSS referente à Revisão da Vida Toda das contribuições à Previdência Social. A audiência, originalmente programada para 1º de fevereiro, foi adiada devido às limitações de tempo durante a sessão de Abertura do Ano Judiciário. Agora, está previsto que os ministros retomem a análise em 28 de fevereiro, próxima quarta-feira, o que poderá modificar uma determinação de 2022 do próprio Supremo. Esta determinação reconheceu a revisão da vida toda, permitindo que os aposentados solicitem o reajuste de seus benefícios com base em todas as contribuições feitas ao longo de suas vidas.

Revisão da Vida Toda retorna para julgamento

A Revisão da Vida Toda oferece ao segurado a oportunidade de selecionar a regra mais favorável para o cálculo da aposentadoria, levando em conta todas as suas contribuições. Anteriormente, apenas as contribuições a partir de julho de 1994 eram consideradas, prejudicando aqueles que tinham rendimentos mais altos antes desse período. O tema em questão será novamente discutido no Supremo Tribunal Federal em 28 de fevereiro, próxima quarta-feira. Nessa ocasião, os ministros revisitarão uma decisão tomada em dezembro de 2022. Naquela época, o plenário reconheceu o direito dos aposentados do INSS de utilizarem esse mecanismo.

Este assunto tem implicações de repercussão geral, o que significa que a definição do caso será aplicada em processos semelhantes em todas as instâncias judiciais do país. De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça, mais de 4 mil processos relacionados aguardam orientações do Supremo. Além disso, isso pode afetar o cálculo dos benefícios de milhares de segurados da Previdência Social. O caso foi analisado pelo STF em dezembro de 2022. Naquela época, a Corte reconheceu o direito dos segurados à revisão, dentro de certas condições.

Ministro Cristiano Zanin STF
Ministro Cristiano Zanin STF

Embargos de declaração

Após a decisão, o INSS apresentou um recurso conhecido como embargos de declaração. Isso representa um pedido de esclarecimentos sobre o que foi decidido pelos ministros, especialmente em relação à aplicação da decisão do tribunal. A instituição afirma que só após essa definição será possível estimar o número de benefícios a serem revistos, o impacto financeiro e os requisitos logísticos necessários para implementar a decisão, além de elaborar um cronograma para isso. Além disso, a Previdência Social solicitou a suspensão dos processos relacionados ao tema Revisão da Vida Toda, um pedido que foi aceito pelo relator, ministro Alexandre de Moraes.

O recurso começou a ser julgado em sessões virtuais entre agosto e novembro do ano anterior. Em dezembro, o ministro Alexandre de Moraes solicitou uma análise presencial do caso pelo plenário. Durante a análise virtual do recurso, foram sugeridas diretrizes para a implementação da decisão, além de um voto do ministro Cristiano Zanin para que o caso fosse devolvido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). No início do julgamento dos recursos em agosto de 2023, Moraes propôs orientações para a implementação da determinação. Ele sugeriu que o entendimento da Corte sobre a revisão da vida toda não se aplicasse a benefícios previdenciários já extintos ou a parcelas já quitadas com base em decisões judiciais definitivas.

Alexandre de Moraes fala sobre Revisão da Vida Toda
Alexandre de Moraes fala sobre Revisão da Vida Toda

Antes de se aposentar, a ministra Rosa Weber antecipou sua posição em agosto do ano anterior. Ela propôs uma forma diferente de aplicar o entendimento do STF, discordando da sugestão de Moraes.

Quando o julgamento da Revisão da Vida Toda foi retomado em novembro do ano anterior, Zanin votou para que o caso fosse devolvido ao STJ, pois um requisito processual previsto na Constituição não teria sido cumprido. Ele também expressou apoio a uma proposta específica de modulação de efeitos, estabelecendo que não seria possível revisar benefícios já extintos ou decisões definitivas. Propôs que a correção das parcelas após 13 de dezembro de 2022 fosse feita de acordo com a forma definida pelo STF. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e o ministro Dias Toffoli concordaram com Zanin.

Com o processo da Revisão da Vida Toda sendo enviado ao plenário presencial, os ministros terão que apresentar novamente seus votos. Em essência, o julgamento do recurso será reiniciado, e os magistrados podem alterar as posições que já haviam sido expressas nas sessões anteriores. Sendo assim, nos resta aguardar até que a decisão final seja de fato anunciada pelos órgãos responsáveis, para que possamos ter a ciência do que foi de fato definido.

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