Selic subiu: Como isso afetará meu bolso?

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Recentemente o mercado financeiro se deparou com um dado nada favorável: a Selic subiu pela primeira vez em seis anos, 2,75%. Vale lembrar que até o fim de janeiro deste ano, o COPOM tinha optado por manter a taxa em 2%.

Os dois principais fatores que culminaram nesse resultado foram a desvalorização da moeda brasileira (real) e a alta da inflação.

Vale ressaltar que o COPOM (Comitê de Política Monetária), um braço do Banco Central (BACEN), vem diminuindo a taxa Selic, que, por sua vez, é a taxa básica de juros utilizada por instituições financeiras.

Essa regressão estava ocorrendo já há seis anos, e era uma resposta ao controle inflacionário e à demanda industrial e empresarial. Tratava-se, portanto, de uma via de mão dupla: com a taxa Selic menor, os empresários conseguiam melhores condições de pagamento para obtenção de crédito.

Acontece que nesta quarta-feira (17.02), esse ciclo de diminuição foi interrompido, uma vez que o COPOM anunciou que a Selic subiu. Entenda como isso afetará seu bolso:

 

Selic Subiu: Consequências e Projeções

De acordo com relatório divulgado pelo COPOM na última quarta (17), a Selic subiu 0,75%. Esse aumento foi aprovado pelo comitê por unanimidade, ou seja, sem nenhum veto.

Sendo assim, a taxa, que estava marcando a pontuação de 2%, passou a alcançar 2,75%.

Especula-se, ainda, que novas altas deverão ser anunciadas paulatinamente nos próximos meses, ainda este ano, pelo Comitê de Política Monetária.

A principal preocupação com esse ritmo de aumentos é a inflação. Quando a inflação aumenta, os preços de itens de necessidades básicas, como cestas básicas, itens de higiene, combustível etc. aumentam e, consequentemente, o poder de compra do brasileiro cai.

A lógica é a seguinte: viemos de 2020 com uma crise sanitária instaurada. Essa crise reverberou e continua respingando na economia, uma vez que a cada novo aumento no número de contágio, novas medidas restritivas são tomadas.

Com isso, o comércio é prejudicado. Somando a isso, temos o aumento na inflação e reajuste no salário mínimo sem aumento real, ou seja, o aumento válido para 2021 levou em conta apenas a correção inflacionária.

O cenário que se resulta é, portanto: pessoas com redução ou extinção de renda (devido ao aumento no desemprego e milhões de empresas fechadas), ausência de reajuste real no salário mínimo e aumento da inflação (preço de itens básicos).

Ou seja: os cidadãos mais pobres, a classe médica e sobretudo os pequenos e médios empresários é quem sentirá, de fato, o impacto. Já que como a taxa Selic subiu, a obtenção de empréstimos pessoais e empresariais será ainda mais onerosa, já que com o aumento da taxa, o aumento dos juros torna-se uma consequência.

Vale ressaltar, ainda, que como a Selic subiu, no longo prazo isso também irá prejudicar (ainda mais) a política cambial e a performance do real frente ao dólar. Isso impacta diretamente o preço de combustível e diversos itens cuja matéria-prima seja importada.

 

Aumento da Taxa Selic e a Inflação

Como mencionado, a inflação é um ponto que tem preocupado e afetado muito os brasileiros nos últimos meses. Com o aumento da inflação, aumenta-se o valor dos produtos de necessidade básica e diminui-se o poder de compra.

Na semana passada, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) calculou o IPCA (um dos principais índices que medem a inflação) de fevereiro em 0,86%. Esse percentual foi considerado o maior registrado nesse mês desde 2016. Um dos principais fatores foi a alta nos combustíveis.

Como a Selic subiu, olhando o mercado de um modo mais genérico, a inflação sentida pelas pessoas mais pobres pôde chegar a 6,75%, como apontam os dados do IPEA.

O problema é que a expectativa é que inflação continue subindo em 2021. Dentre os principais fatores temos a lenta retomada do comércio e do mercado financeiro frente à pandemia, bem como a ausência de políticas públicas efetivas para a retomada de crescimento.

Enquanto isso, as compras de supermercado e o combustível continuará aumentando.